Batman Detetive – edição especial Arkham City

25 03 2013

Em 2011, foi lançada a sequência do ótimo jogo Batman Arkham Asylum, intitulada Batman Arkham City. O game, tal qual o anterior, é roteirizado pelo competente e experiente Paul Dini, roteirista familiarizado com o bat-universo em geral. Como “brinde”, a edição de Arkham City traz uma edição especial com histórias do Morcego roteirizadas por Dini, sob o nome de “Batman Detetive”. A HQ traz seis histórias ao todo, além de historietas de no máximo duas páginas, contando as origens de personagens diversos desse universo do Batman, como Robin, Coringa, Charada, Pinguim, Mulher-Gato e, claro, o próprio Batman. Devo confessar que não me recordo de nenhuma trama ou arco em particular de Paul Dini, e me surpreendi com o conteúdo selecionado pela DC Comics pra fazer parte desta compilação: as histórias trazem ótimas ideias e personagens sob perspectivas diferentes – como o Charada, “recuperado” de sua vida criminosa e agora atuando como detetive profissional, e Pinguim, agora dono de uma boate “especial” para recepcionar os seus ex-colegas de submundo. No geral, as histórias possuem um ritmo de leitura bastante agradável, focado principalmente nas habilidades detetivescas do Morcegão, além de estarem repletas de ótimas sequências de ação. Na minha opinião, há duas cujo nível se destaca perante o resto: “Viagem Assassina” (roteiro de Paul Dini e desenhos de Don Kramer) e “Amor Bandido” (roteiro de Darwyn Cooke, desenhos de Tim Sale). Em “Viagem”, temos uma narrativa tensa e ágil do início ao fim, mostrando um embate claustrofóbico e motorizado entre Robin (Tim Drake) e o Coringa em uma violenta noite de Natal em Gotham; Dini se utiliza bem das características dos seus personagens, trazendo um Coringa insano, meticuloso e assassino, além de um Robin inteligentíssimo, sangue-frio e estrategista. Os fluxos narrativos da trama ajudam nesta tensão que permeia a história, com pensamentos em off de Tim, enquanto o Coringa vocifera e intimida o ajudante do Batman. Já “Amor” representa um descompromissado e fluido exercício de narrativa, com uma luta/jogo de conquista entre Batman e Mulher-Gato. A construção das cenas e diagramação das páginas deixa a história ágil e gostosa de ler, auxiliada pelo traço limpo e estilizado de Sale. No geral, as histórias mostram facetas típicas destes personagens do universo de Batman, além de serem “isoladas”, o que facilita o adentramento do leitor iniciante/descompromissado nas tramas. Sem dúvidas, bola dentro da DC: boa seleção de artistas, personagens e histórias para o brinde, atraindo assim novos leitores para suas bat-séries regulares. Leitura altamente recomendada – principalmente por vir junto com o game Arkham City, que é sensacional!

detetive

“Batman Detetive – edição especial Arkham City” – Muito Bom





Man of Steel – trailer 2

11 12 2012

Será que teremos um filme à altura da grandeza do personagem? Eu, sinceramente, torço pra isso, e não duvido que o Zack Snyder consiga (mesmo sendo Zack Snyder).





Pra não perder o hábito: filmes vistos e/ou revistos nos últimos dias

10 09 2012

Olá, pessoal, faz um tempinho que não escrevo sobre cinema por aqui, né? Então, pra não perder a oportunidade, já que vi e revi umas coisinhas neste feriado, aí seguem umas poucas palavras sobre algumas das obras que entrei em contato novamente nos últimos dias!

SUPERMAN II (Richard Lester, 1980)

Rever a segunda aventura do Homem de Aço depois de tantos anos e, principalmente, após este boom que temos visto do gênero na atualidade foi bem interessante. O filme, dirigido por Richard Lester e roteirizado a partir de uma ideia de Mario Puzo (ele mesmo, do Poderoso Chefão, que também havia trabalhado na primeira aventura do Superman), tem um ritmo muito mais elipsado e menos agitado do que os atuais filmes de super-heróis. Os momentos cômicos do longa dão o tom do filme, que é conduzido de maneira quase que pueril – sem deixar de levantar algumas questões pertinentes ao personagem, como seu amor por Lois Lane e sua crença na humanidade. As cenas de ação, vale dizer, eram ótimas à época e, por conta da evolução dos efeitos especiais, parecem bem precárias hoje. No entanto, há ótimos momentos no embate entre o Super e o trio de condenados à Zona Fantasma, comandado por um canastrão Terrence Stamp no papel de General Zod. Sem dúvidas, Superman II é um ótimo divertimento descompromissado, e com um Christopher Reeve inspirado no papel de Superman/ Clark Kent.

Super 8 (J.J. Abrams, 2011)

Resumidamente, não foi à toa que Spielberg foi produtor e colocou tanta fé neste projeto. O filme é uma ótima homenagem e, de certa forma, atualização deste gênero de aventura fantasiosa que o próprio Steven ajudou a consolidar nos anos 80. A caracterização é ótima e o elenco infantil rouba a cena em Super 8. Sem dúvidas, o roteiro, escrito pelo próprio J.J. Abrams, tem bastante profundidade quanto às relações entre os personagens, sem deixar de lado a ação, o mistério e tensão inerentes a uma boa história de terror/aliens. Os efeitos especiais estão ótimos, e toda a relação do longa com a era das filmagens caseiras em super 8 é linda de se ver. Pra quem ainda não conferiu, a dica é ver em uma TV com boa imagem e som, porque é cinemão de primeira linha!

A Lula e a Baleia (Noah Baumbach, 2005)

Noah Baumbach surgiu aos olhos do mundo a partir de sua parceria com Wes Anderson em “A Vida Marinha com Steve Zissou”. Ao lado de Anderson, Noah é, definitivamente, um dos roteiristas/ diretores mais proeminentes deste cinema indie  hollywoodiano, que soa mais intimista do que realmente o é. Não que suas obras não sejam boas, muito pelo contrário: Baumbach tem uma sensibilidade única para retratar relações e personagens marcados por dramas e tragédias pessoais. Em “A Lula e a Baleia”, o diretor, que também escreveu o longa, conta com um elenco afiadíssimo – Jeff Daniels e Laura Linney são os ápices, mas ainda temos Jesse Eisenberg e Owen Kline fechando a problemática família Berkman – e um roteiro muito sensível. Com seu estilo “câmera-na-mão”, Baumbach consegue contar uma história poderosa e íntima, com personagens que transitam entre os estereótipos e as unicidades, criando, sem sombra de dúvidas, conexões singulares com o espectador. Para quem conhece pessoas/ amigos/ parentes e afins que são tipicamente “superiores”, se acham intelectualmente elevados em relação ao resto do mundo, bem, vale ainda mais a pena. Filme excelente! PS: A trilha sonora, e a relação dos personagens com a música “Hey You”, do Pink Floyd, é genial.

Alta Fidelidade (Stephen Frears, 2000)

A adaptação do livro de Nick Hronbey feita por Stephen Frears é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores panoramas sobre relacionamentos feitos na década passada. Com um Jack Black hilário, Tim Robbins caricaturizado, uma bela/ frágil/ imponente Iben Hjelje (como a infame e amada Laura), participações especialíssimas de Catherine Zeta-Jones e Bruce Springsteen e, claro, um inspiradíssimo John Cusack, o filme alia música e drama de forma sensacional. Repleto de diálogos afiados e recheados com referências ao mundo da música pop/ rock contemporânea, Alta Fidelidade acerta a mão na dosagem entre o drama, os diálogos diretos do personagem de Cusack com o espectador e as partes dramáticas. Com uma baita trilha sonora, é um filme obrigatório, sem dúvidas!





The Dark Knight Rises (2012)

2 08 2012

Neste fim de julho, muitos ficaram felizes, outros muito tristes. Outros, quiçá, ainda sentem-se um pouco atordoados. Por quê? Porque é inegável que, no grande cinemão hollywoodiano, a era de um herói como milhões o conheceram (novamente) terminou. Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge, ou melhor, The Dark Knight Rises, de 2012, põe um ponto final à passagem de Christopher Nolan na trajetória do solitário Homem-Morcego. Ao fim, creio que seja ainda mais pessoal a escolha do veredito final sobre a trilogia Batman, mas me parece cada vez mais latente que Nolan conseguiu um feito semelhante a poucos outros – que trouxeram os filmes de super-herói para outro patamar.

Com a morte de Heath Ledger e o estrondoso sucesso de seu Coringa anarquista e insano, a responsabilidade do próximo ator a desempenhar um vilão na série de filmes Batman era altíssima. E, sem sombra de dúvidas, Tom Hardy comprovou, mais uma vez, seu enorme talento e polivalência. Eu particularmente adoro o trabalho dele cada vez mais, e seu Bane possui uma aura completamente distinta daquela do Coringa: é uma entidade malévola ao extremo, consciente de suas decisões e poderes, altamente apta e capaz a ficar em pé de igualdade contra o Batman. Para quem entende um pouco de HQs, a surra que ele dá em Wayne consegue, sem dúvidas, superar a verdadeira luta entre os dois personagens no clássico arco de histórias nos anos 90: ver o brutamontes com o Morcego em mãos dá um arrepio na espinha (na do Batman principalmente!).

Havia também muita desconfiança diante de Anne Hathaway, que tinha como missão sair da sombra da interpretação de Michelle Pfeiffer nos anos 80/90. A atriz é outro dos pontos altos de TDKR: sua Mulher-Gato consegue seduzir, bater, ser esguia e inteligente sem perder o charme – e manter a tensão amorosa com Bruce. Simultaneamente, sua Selina Kyle guarda algumas semelhanças com a personagem dos quadrinhos – principalmente a verve da Gata na clássica “Batman – Ano Um”, de Frank Miller, com toda aquela aura de “Robin-Hood-de-mim-mesma”.

Uma característica que não pode ser negada da trilogia de Nolan e que, talvez, seja seu principal mérito à frente de Batman, é a regularidade. Você pode não ser muito fã da obsessão do diretor com o “realismo” daquele mundo – com todas as explicações hi-tech, fantasia disfarçada em uma roupagem sombria e pretensamente possível no mundo real, mas o diretor conseguiu dar uma cara ao Batman. Aqui, sem dúvidas, a maior comunicação é com a primeira parte da trilogia, Batman Begins, num filme muito mais focado em Bruce Wayne do que fora seu antecessor – cujos focos eram Gotham e o Coringa. De fato, este é o fim de uma jornada para o personagem, que precisa lidar novamente com demônios interiores, com o caminho para sua redenção. Municiado por uma das melhores trilhas sonoras dos últimos 20 ou 30 anos – Hans Zimmer estava inspiradíssimo! -, TDKR busca resolver as situações e dilemas que os irmãos Nolan criaram ao longo destes anos como diretor e roteirista. Mesmo com ganchos falsos ao fim do filme – afinal, o personagem sofrerá um novo reboot dentro de alguns anos, inclusive por conta do desejo da DC de fazer sua adaptação da Liga da Justiça -, o telespectador percebe o fim de uma (grandiosa) era.

Ainda há aspectos do filme que não me “desceram” tão bem – a construção do personagem de Joseph Gordon-Levitt, as conexões entre Marion Cotillard e personagens outros que passaram pela franquia neste ciclo (por mais que ela desempenhe bem seu papel dentro do longa, há de destacar), dentre outros. No geral, não tenho dúvidas que os fãs vão gostar muito deste filme. Não me senti completamente imerso como me sentira em Batman – The Dark Knight, mas não vou negar que gosto e muito da sensação de ver um longa de Nolan sobre o Batman no cinema. Suas sequências grandiosas, planos mirabolantes e lutas de proporções épicas me parecem muito bem orquestradas. Além disso, há a regularidade de atuações poderosas – destaque para as transformações físicas e psicológicas de Christian Bale ao longo desta epopeia, Gary Oldman e seu inesquecível comissário Gordon e, claro, o maravilhoso Alfred de Michael Caine.

Talvez minha indecisão quanto ao saldo final de TDKR seja fruto da reação natural de alguém que transpassa uma grande jornada. É aquele momento em que você ainda não se dá muito conta do quanto você transpôs, do quanto você mudou ao longo dos anos, de como as coisas evoluem e se transformam. Tenho grandes amigos e pessoas cujas opiniões me são muito relevantes que nunca gostaram do Batman de Nolan, consideram sua tentativa de realismo uma grande farsa bem maquilada. Não tenho vergonha de dizer que gosto muito da trilogia, e que, ao fim, me sinto satisfeito. Me sinto feliz em ver um personagem tão maravilhoso conquistar milhões de novos fãs. De ver alguém trazer originalidade para um personagem que gosto tanto. Sendo assim, pouco importa se este filme é melhor ou pior que seu antecessor, que a primeira parte: me importa o que estas pessoas conseguiram me fazer pensar e sentir ao longo destes anos. Como trataram este complexo, riquíssimo e misterioso personagem que é Bruce Wayne. É possível que minha indecisão sobre este filme seja menos importante, porque, como milhões de outros fãs, estive ao lado destas pessoas ao longo destes anos. E, não tenham dúvidas, me sinto muito feliz por estar lá, lado a lado com todos, vendo o fim desta era. Um período único, que reafirma quão fascinante é o Batman. Sendo assim, obrigado, cada minuto valeu a pena, senhores.

The Dark Knight Rises” – Excelente





Superman – Man of Steel – teasers

22 07 2012

Tem um quê de vazio, de incompletude, de solidão nestes trechos. A narração em off, tanto com Russell Crowe (Jor-El) como com Kevin Costner (Jonathan Kent), ficou poderosa. Enfim, ainda é cedo pra decretar algo, mas este filme pode realmente ficar bem interessante.