Caçado (2003)

10 08 2012

Por Leandro César Caraça, do Dia da Fúria

Em Caçado, de 2003, Aaron Hallam (Benicio Del Toro) é uma máquina de matar descontrolada, um militar super-treinado que surta durante uma operação na Guerra da Bósnia e desaparece. Semanas depois, na fronteira dos EUA com o Canadá ele mata dois homens que estavam caçando na floresta. Para capturar Aaron, o FBI pede ajuda a L.T. Bonham (Tommy Lee Jones), aposentado instrutor militar que ensinou a Aaron tudo o que ele sabe. O que se seguirá a partir de então, é um vigoroso jogo de caça e presa entre dois homens preparados para matar. Quantos cadáveres ficarão pelo caminho até Aaron ser capturado ou morto?

Após “Regras do Jogo” (2000), Friedkin volta a trabalhar com Tommy Lee Jones e conduz com precisão e sobriedade um dos mais puros filmes de ação do começo do milênio. Pode-se dizer, erroneamente, que Jones está repetindo o mesmo tipo de papel que se acostumou a fazer depois de “O Fugitivo” (1993) e que tudo não passa de uma cópia de “Rambo – Programado Para Matar”. Ainda que tais comparações sejam pertinentes, “Caçado” tem uma identidade própria, coisa que Friedkin consegue imprimir desde o início. Del Toro  é claramente uma ameaça para todos que se aproximam dele e fica claro que somente sua morte colocará um ponto final nisso. Jones por sua vez, é um homem que se ausentou da sociedade, vivendo isolado numa cabana nas florestas do Canadá. Só aceita a missão porque sabe o quão letal é Aaron. Precisa então matar o melhor aluno que já teve. Em certo momento perto do fim, é revelado que Bonham deixou de manter contato com Aaron, o que pode ter ajudado na descida à loucura deste.

Sem muito traquejo e com capacidades de rastreamento dignas de um animal, Jones é retratado como um cruzamento entre Charles Bronson e Wolverine. Seus embates com Del Toro são o ponto máximo de um filme que não perde tempo com amenidades. Não existe, por exemplo, a obrigatória trama amorosa entre Jones e a agente do FBI interpretada por Connie Nielsen. Sem firulas e repleto de ação, “Caçado” é o melhor filme de Friedkin desde “Viver e Morrer em Los Angeles”.

“Caçado” – Bom


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